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O Bruxo

terça-feira, 20 de abril de 2010

Crepusculo efêmero...



Um luar diferente de todos o que já vi...
Um desejo cintilante como as estrelas, porém, angustiado...
Mas, um ar diferente, abrasador e sufocante, envolvem o meu adormecer a beira mar.
Aves noturnas, ao invés do ousarem seu vôo rotineiro, dedicam-se há horas imóveis de bico aberto olhando para o nada, temerosas.
A lua, não tão cor de prata, tornou-se avermelhada, como se sangrasse por um corte profundo em seu existir.
A brisa que outrora gélida, hoje, parece o vapor de um vulcão ativo, o mar tão sereno quanto assustador, desperta a curiosidade de quem nunca o viu assim. Uma calmaria tenebrosa e traiçoeira.
É como se algo estivesse por vir à acontecer. É extremamente utópico, pensar em quantas vezes sentei-me aqui, nestas pedras à beira mar, bebendo meu vinho tinto contemplando a velha mãe com seu fulgor exuberante refletida no espelho oceânico.

Quantas vezes amei, aqui, sendo observado pelos olhos atentos do universo, dos grandiosos deuses da mitológia.

Baco meu padrinho, Deus da entrega que transcende a sabedoria humana, até ele está abalado com o caminho intrépido que aflige nosso modo de viver em nosso habitar natural, em nosso planeta.
Eros, pregando suas peças e dando risadas sarcásticas, não mais lança sua flecha para induzir às conquistas mais ousadas ou absurdas.
Em seus olhos vejo brotar lágrimas angustiadas de uma única verdadede, uma dor, de uma súplica...
“Estamos caminhando rumo ao nada”.

Não mais sinto aquele cheirinho gostoso da maresia, a madrugada tornou-se angustiante, porém, ainda sim consigo descubrir alguma beleza preservada. A noite está ferida mortalmente, assim quando o sol se anunciar ao horizonte, seus reflexos exuberantes darão um colorido impar ao novo dia. Quem sabe? Talvez exista uma chance de um singelo reinício mais prudente e harmonioso. Alguns pássaros voarão desordenadamente com seus cantos mais tristonhos, como se fossem canções de apelo à uma nova vida, uma nova realidade, uma nova consciencia.
O monumento maior dos poetas que profetizam e celebram o amor está em estado de convalescência com indícios terminais!
- Como continuar à vida sem mais suas belezas naturais simplórias, mas, de profunda complexidade e abrangência?


- Como colher aquela flor, salpicada pelo orvalho frio da madrugada, ao caminho e arranjá-la aos cabelos ainda úmidos da mulher amada após uma noite de sonhos e carícias audaciosas de amantes? Tempos impróprios para os planos futuristas, a realidade é nua e crua, é uma só!
Fica uma pergunta fatídica e única:
“Será que ainda teremos tempo para amar, viver e construir o amanhã?"
- Até quando?
- O sol e a brisa voltarão a comungar suas excentricidades fantásticas,
adornar a vida como um todo?
- Haverá um novo amanhecer? - É à hora de uma profunda reflexão sobre tudo e o todo...
- Vocês acreditam?
- Ou ignoram por conveniência?
- Realmente, vivemos um crepúsculo efêmero...





O Bruxo

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